hoje vou com aquele que me levar
e se for uma mulher
vou com as suas mãos que remendam
e não substituem
e se for um homem
vou com as suas mãos que remendam
e não substituem
e se ninguém houver
vou com ninguém que me leva sempre
para onde não quero
e vou com as suas mãos que substituem não remendam
é por isso que à noite
espreito para a janela dos comboios
e cumprimento-me timidamente
Bénédicte Houart nasceu na Bélgica, em 1968, e vive em Lisboa desde criança. No vídeo acima, tirado do site português Sapo.pt, Bénédicte Houart lê um poema do seu primeiro livro, Reconhecimento, de 2005.
[aliás, não consegui trazer o vídeo do sapo.pt sem a propaganda... se alguém souber como fazer, agradeço uma mensagem acerca deste assunto...]
Leia aqui outro poema de Bénédicte, que fala de M&M's e direitos de autor, e aqui essa canção belga que fiz para ser lida no lançamento do seu livro Vida: variações II.