[passagem de Érica Zingano].
[Rio de Janeiro: Megamíni, 2015.]
1 poema nesta coleção em pequeno formato,
escrito em francês e traduzido ao português pela érica zíngano.
[Rio de Janeiro: 7letras, 2016.]
Versão ampliada.

Este final inesperado de cartoon acompanhará muitos de seus poemas e é uma espécie de fuga da fixidez: é forma ou movimento? Este final de toon é um pouco também como sua partida do Brasil. O que era mesmo que ele dizia naquela tarde em que nos conhecemos? Já não lembrava bem, havia uma indeterminação na imagem, mas uma manhã ele escreveu para contar que sonhou que estava no Brasil e ficava angustiado porque tinha muitas coisas para fazer no que chamava agora de sua casa e não se lembrava de ter planejado uma viagem assim tão longa.
Ao contar sobre a “infância do seu procedimento”, Aníbal diz que tenta sempre usar uma caneta ou algo que não faça muita pressão sobre o papel, para não deixar, como nos filmes policiais, a mensagem marcar a folha por debaixo e ser descoberta depois. No livro krill (2004), reconhecemos esse mundo em que se tenta não marcar muito o papel, um mundo sempre escapando mas que volta de uma outra maneira com a presença da série. E neste livro podemos pensar em série tanto no sentido de variações, como os belíssimos poemas da série “Filhas do capinzal”, se multiplicando e vestindo diferentes máscaras ao longo do livro: versão mangá, versão western ou versão galáctica, por exemplo, mas também podemos pensar em série de seriado, filme policial, em que sem perceber vamos colecionando as diversas pistas, como os exploradores espalhados pelo seu livro: às 3 a.m., a garota indiana em Denver, os 19 suspeitos ou esses cabelos que poderiam entregar a filha do capinzal: