Aqueles dias lindos
em que a cidade parece um dado, um hino, um ventilador
ou uma concha de vieira à beira-mar
– tchau, tchau, garotas, belíssimas garotas,
nos conhecemos hoje
e não nos veremos nunca mais.
Os domingos lindos
em que a cidade parece um dado, um hino, um ventilador
ou uma concha de vieira à beira-mar
– tchau, tchau, garotas, belíssimas garotas,
nos conhecemos hoje
e não nos veremos nunca mais.
Os domingos lindos
em que a cidade parece um jogo de futebol, um cartão e uma ocarina
ou um sino indo e vindo
– na rua ensolarada
as sombras dos passantes se beijavam
e eles seguiam, completos desconhecidos.
Aquelas noites lindas
em que a cidade parece uma rosa, um tabuleiro de xadrez, um violino
ou uma garota chorando
– no bar jogávamos dominó, dominó de bolas pretas, com garotas magrelas,
olhando para os seus joelhos
ou um sino indo e vindo
– na rua ensolarada
as sombras dos passantes se beijavam
e eles seguiam, completos desconhecidos.
Aquelas noites lindas
em que a cidade parece uma rosa, um tabuleiro de xadrez, um violino
ou uma garota chorando
– no bar jogávamos dominó, dominó de bolas pretas, com garotas magrelas,
olhando para os seus joelhos
que eram esquálidos
feito dois crânios com as coroas de seda da cinta-liga
no reino desesperado do amor.
feito dois crânios com as coroas de seda da cinta-liga
no reino desesperado do amor.
Jaroslav Seifert nasceu em Praga, em 1901.
Jaroslav Seifert faleceu em Praga, em 1986.
Leia o poema "Um guarda-chuva de Piccadily" aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário